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18 de outubro de 2016

[CRÍTICA] Praticamente Inofensiva (Douglas Adams, 1991)



Definitivamente, termina aqui a série iniciada no livro O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams, 1979). A fantástica aventura espacial, recheada de sátiras, críticas e insanidades, termina aqui neste quinto volume, Praticamente Inofensiva (Douglas Adams, 1991). Embora não fazendo parte da “história oficial”, este volume mantém as características clássicas da série. O resultado final é favorável? Em partes, sim.
Arthur perde sua amada Fenchurch em algum lugar do Universo. Ford Prefect descobre que o Guia do Mochileiro das Galáxias, a grande razão de sua vida, mudou de gerência e alterou drasticamente suas diretrizes. E Tricia ainda se arrepende de não ter embarcado na nave de Zaphod, quando o conheceu em uma festa. Por que tudo está tão diferente? É o mistério das múltiplas dimensões!

Volumes anteriores da série:
Tenho alguns problemas com este livro. O primeiro é a personagem Random. Ela, em tese, deveria ser uma personagem de grande peso na história – não vou relevar o motivo aqui. O que ela acaba sendo, porém, é uma adolescente irritante e desnecessariamente problemática. A personagem se resume a ser uma garota causadora de confusões, que acaba não tendo um satisfatório desfecho de sua subtrama.
E ai começa meu segundo problema com o livro: muitas pontas são deixadas soltas. Embora o final desvende um mistério que permeia a história desde o segundo livro, vários temas são deixados para trás. Qual é a daquele pássaro-guia? Onde foi parar Fenchurch? Como ficou a relação de Tricia e Random ao final? A história deixou um gostinho semelhante ao final de Lost: muito esforço para criar mistérios, nem tanto esforço para resolvê-los.
Fora isso, o livro é divertido e bem escrito. A condução das histórias paralelas é satisfatória, e o autor soube novamente unir os personagens dispersos. Claro que não ter a presença de Marvin pesou bastante na história – o robô depressivo provavelmente é o personagem mais carismático de toda a série – porém o livro tem sequências fantásticas envolvendo viagens em dimensões paralelas, imersões em sistemas computacionais altamente tecnológicos e, claro, uma divertida referência a Elvis Presley.
Praticamente Inofensiva é um livro divertido que cumpre seu papel de reviver saga de O Guia do Mochileiro das Galáxias. Possui o humor ácido típico da série e desenvolve situações inesperadas e criativas. Porém, um fraco desenvolvimento de certos personagens e a parcial resolução de determinadas situações deixam um sabor amargo a este último livro da série, nos levando a questionar se a simplificação da história não teria resultado em uma obra final mais satisfatória.
Nota: ✩✩✩

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