Histórias
adolescentes nunca foram o meu forte. É um tipo de história que considero
previsível, por recorrer sempre a temas como romances de escola, adolescentes
que ainda não “encontraram o seu lugar”, jovens valentões que praticam
bullying, etc. Sim, eu sei, eu sou um chato. Porém, embora O Teorema
Katherine (John Green, 2006) passe por todos esses clichês, ele se mostrou –
de fato – uma deliciosa e despretensiosa leitura, que me surpreendeu
positivamente.
Colin é
um garoto prodígio que, além de todas as habilidades acadêmicas, possui um
talento especial: namorar garotas com o nome de Katherine, se apaixonar e ser
dolorosamente abandonado por elas. Junto com seu amigo Hassan, ele coloca o pé
na estrada tentando esquecer o seu 19º término de namoro, mas acaba descobrindo
uma nova forma de entender sua vida amorosa.
Anagramas.
Matemática. Personagens históricos citados a torto e a direito. Frases em
alemão, árabe e francês. Aparentemente, esses assuntos poderiam deixar a
história um pouco enfadonha – tá, alguns momentos realmente não são bons.
Porém, no conjunto, tudo isso funciona bem para nos colocar no universo do
personagem principal, Colin Singleton. Ele, bem como outros personagens da
história – Hassan, Lindsey, Hollis – é carismático e consegue exercer bem o seu papel (nerd, mas sem ser irritante).
Falando
em irritação, algo que me tirou um pouco do sério no livro foi a imitação de
sotaque caipira colocada nos diálogos dos moradores da pequena Gutshot.
Desnecessário, a meu ver. E um – apenas um – momento expositivo (página 191,
para os curiosos) que me tirou por uns instantes da leitura. Fora isso, a
escrita do livro é rápida e fluída, e a narrativa é conduzida de uma forma
divertida e que demonstra uma saudável espontaneidade, que casa bem com a
história.
E sim, o
livro possui bons momentos empolgantes. Aventuras na floresta, brigas, e um
anagrama que me fez lembrar imediatamente do encontro entre Harry Potter e o
jovem Tom Riddle em Harry Potter e a Câmara Secreta (J. K. Rowling,
1998). A matemática exposta no livro (sim, ela permeia a história) também é
bem fundamentada e convence – há um apêndice ao final do livro, de novo, para
os curiosos. Mesmo sem grandes pretensões, o livro conta bem a sua história e cumpre
de forma eficiente o seu papel: ser uma boa diversão adolescente.
O Teorema
Katherine não é um drama
profundo e altamente relevante (como, por exemplo, O Sol é para todos),
mas decididamente não é superficial como algumas histórias contemporâneas (tipo
O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares...). É uma
leitura divertida, dinâmica, com personagens cativantes e que envolve, empolga
e nos leva a “devorar” o livro. História adolescente e não exatamente original?
Sim, mas isso não é necessariamente um problema.
Nota: ✩✩✩✩
Gostei muito da sua resenha. Você escreve muito bem. Infelizmente, não gostei de O Teorema Katherine. O livro até começa animado, mas a monotonia é constante do meio para o fim e pelo o que estou vendo, isso acontece em quase todos (se não todos) os livros do John Green D;
ResponderExcluirhttp://www.pampilho-ordinario.com
Obrigado! Tenho alguns livros do John Green pra ler logo em seguida, talvez eu também perceba essa repetição no estilo dele...
ExcluirExatamente tudo que eu pensei ao ler o livro! Excelentes suas resenhas :)
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirAdorei sua resenha/crítica.
ResponderExcluirTambém fiz uma resenha lá no meu blog sobre este livro. Dei exatamente a mesma nota heuehe
www.donadegato.com
Beijos
Obrigado, Bárbara! Excelente blog!
ExcluirTem momentos do livro que são muito chatos de se ler e não dão aquela emoção, mas tirando isso estou gostando.
ResponderExcluirParabéns pela resenha incrível!!
Atenciosamente,
@arcornio
Obrigado, Isabella!
Excluir