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22 de junho de 2016

O Teorema Katherine (John Green, 2006)

Histórias adolescentes nunca foram o meu forte. É um tipo de história que considero previsível, por recorrer sempre a temas como romances de escola, adolescentes que ainda não “encontraram o seu lugar”, jovens valentões que praticam bullying, etc. Sim, eu sei, eu sou um chato. Porém, embora O Teorema Katherine (John Green, 2006) passe por todos esses clichês, ele se mostrou – de fato – uma deliciosa e despretensiosa leitura, que me surpreendeu positivamente.

Colin é um garoto prodígio que, além de todas as habilidades acadêmicas, possui um talento especial: namorar garotas com o nome de Katherine, se apaixonar e ser dolorosamente abandonado por elas. Junto com seu amigo Hassan, ele coloca o pé na estrada tentando esquecer o seu 19º término de namoro, mas acaba descobrindo uma nova forma de entender sua vida amorosa.


Anagramas. Matemática. Personagens históricos citados a torto e a direito. Frases em alemão, árabe e francês. Aparentemente, esses assuntos poderiam deixar a história um pouco enfadonha – tá, alguns momentos realmente não são bons. Porém, no conjunto, tudo isso funciona bem para nos colocar no universo do personagem principal, Colin Singleton. Ele, bem como outros personagens da história – Hassan, Lindsey, Hollis – é carismático e consegue exercer bem o seu papel (nerd, mas sem ser irritante).

Falando em irritação, algo que me tirou um pouco do sério no livro foi a imitação de sotaque caipira colocada nos diálogos dos moradores da pequena Gutshot. Desnecessário, a meu ver. E um – apenas um – momento expositivo (página 191, para os curiosos) que me tirou por uns instantes da leitura. Fora isso, a escrita do livro é rápida e fluída, e a narrativa é conduzida de uma forma divertida e que demonstra uma saudável espontaneidade, que casa bem com a história.

E sim, o livro possui bons momentos empolgantes. Aventuras na floresta, brigas, e um anagrama que me fez lembrar imediatamente do encontro entre Harry Potter e o jovem Tom Riddle em Harry Potter e a Câmara Secreta (J. K. Rowling, 1998). A matemática exposta no livro (sim, ela permeia a história) também é bem fundamentada e convence – há um apêndice ao final do livro, de novo, para os curiosos. Mesmo sem grandes pretensões, o livro conta bem a sua história e cumpre de forma eficiente o seu papel: ser uma boa diversão adolescente.

O Teorema Katherine não é um drama profundo e altamente relevante (como, por exemplo, O Sol é para todos), mas decididamente não é superficial como algumas histórias contemporâneas (tipo O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares...). É uma leitura divertida, dinâmica, com personagens cativantes e que envolve, empolga e nos leva a “devorar” o livro. História adolescente e não exatamente original? Sim, mas isso não é necessariamente um problema.


Nota: ✩✩✩✩

8 comentários:

  1. Gostei muito da sua resenha. Você escreve muito bem. Infelizmente, não gostei de O Teorema Katherine. O livro até começa animado, mas a monotonia é constante do meio para o fim e pelo o que estou vendo, isso acontece em quase todos (se não todos) os livros do John Green D;

    http://www.pampilho-ordinario.com

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    1. Obrigado! Tenho alguns livros do John Green pra ler logo em seguida, talvez eu também perceba essa repetição no estilo dele...

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  2. Exatamente tudo que eu pensei ao ler o livro! Excelentes suas resenhas :)

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  3. Adorei sua resenha/crítica.
    Também fiz uma resenha lá no meu blog sobre este livro. Dei exatamente a mesma nota heuehe

    www.donadegato.com
    Beijos

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  4. Tem momentos do livro que são muito chatos de se ler e não dão aquela emoção, mas tirando isso estou gostando.
    Parabéns pela resenha incrível!!

    Atenciosamente,
    @arcornio

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