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18 de outubro de 2016

[CRÍTICA] Até mais, e Obrigado pelos Peixes! (Douglas Adams, 1984)

Toda a loucura criativa iniciada por Douglas Adams no livro O Guia do Mochileiro das Galáxias se resolve aqui, neste quarto volume da trilogia de cinco, que é considerado como o último livro da história “oficial”: Até mais, e Obrigado pelos Peixes! (Douglas Adams, 1984). Mistérios são desvendados, histórias se entrecruzam e uma grande mensagem para todo o Universo é revelada.
Finalmente, Arthur está de volta ao seu planeta natal. Claro que as coisas não estão do jeito que ele esperava; para começo de conversa, a Terra nem mesmo deveria existir! Ao lado de Fenchurch, ele tenta viver uma vida normal, mas logo se lembra de que “normal” é algo que sua vida não pode ser.

Volumes anteriores da série:
Posso dizer, antecipadamente (pois ainda não fiz a crítica do último volume), que este é o melhor livro da série, embora tenha notáveis diferenças em relação aos volumes anteriores. Aqui, o tom do livro é substancialmente mais focado, e a narrativa é claramente menos dispersa do que o restante da série. Douglas Adams parece um pouco mais contido no frenesi de criar uma caótica insanidade galáctica, mas essa “contenção” acaba fazendo bem para a trama como um todo – afinal, aqui há pontas demais a serem amarradas.
Novos personagens são introduzidos na história, como o surreal “Deus da chuva” e Wonko, o São, uma espécie de hippie que tem a chave do segredo para o sumiço dos golfinhos do planeta Terra. A grande estreia, porém, fica a cargo de Fenchurch, uma garota de personalidade marcante e que, assim como Arthur, não se “encaixa” muito bem na Nova Terra. O relacionamento que surge entre os dois, claro, é um dos pontos fortes do livro, e foi, para mim, uma grata surpresa – sério, eu não imaginava Douglas Adams escrevendo algo tão, por assim dizer, romântico.


O caráter de ficção científica espacial perde um pouco de destaque, mas em seu lugar temos um tom mais sobrenatural: gotas de chuva que insistem em perseguir o seu deus, pessoas que voam livremente pelos céus da Inglaterra e coincidências aleatórias que unem os personagens em situações extremamente improváveis. Todos os mistérios são resolvidos neste livro? Nem todos, mas um satisfatório número deles, sim. Destaco o final reservado a Marvin, o carismático robô depressivo – um final que pode ser tranquilamente considerado lindo. A última grande descoberta do livro nos reserva (para imenso deleite dos que acompanham a série desde o início) uma mensagem que é, por assim dizer, a síntese de toda a série.
Mesmo variando um pouco do tom dos outros três volumes, Até mais, e Obrigado pelos Peixes! é um excelente livro, bem escrito, com relevantes personagens e com uma bela trama com traços de amor e amizade e que nos faz lamentar um pouco a aproximação do final da série. Este volume, que encerra a “história oficial”, é um digno e criativo final para uma série irreverente, debochada, original e, acima de tudo, genialmente divertida.
Nota: ✩✩✩✩✩

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