Teste Teste Teste Teste

27 de setembro de 2016

[CRÍTICA] A Vida, o Universo e Tudo Mais (Douglas Adams, 1982)

Os pontos vão se fechando, os problemas se resolvendo. Personagens dispersos começam a se reencontrar e a história se encaminha para um desfecho. Sim, senhoras e senhores, a lunática história desenvolvida por Douglas Adams inicia sua trajetória final neste terceiro livro da série, A Vida, o Universo e Tudo Mais (Douglas Adams, 1982). Certamente, teremos um pouco de sentido dentro desse universo de caos.

Na pré-histórica Terra, Arthur Dent leva uma pacata vida vivendo em uma caverna. Logo, porém – e isso não é nenhuma novidade – uma aleatoriedade de fatos o reúne aos seus velhos amigos e o leva a novas aventuras pela Galáxia. Uma dessas aventuras, claro, é salvar o Universo.

Volumes anteriores da série:

A série O Guia do Mochileiro das Galáxias é conhecida por sua bizarrice e pelo seu humor ácido, eternizado em suas divertidas críticas à sociedade humana. Neste terceiro volume, essas características são preservadas, ainda que o rumo mais conexo da narrativa tire um pouco do impacto do humor nonsense do livro. Desta vez, a narração aproxima-se mais de uma história “comum”, pois vários pontos deixados em aberto são unidos e resolvidos (embora não todos).

A forma como o autor consegue unir os diversos personagens dispersos (Arthur, Ford, Zaphod, Trillian e Marvin) é fantástica. Foi muito gratificante vê-los juntos novamente, e Douglas Adams realizou com maestria essa proeza: sem perder o toque absurdo (sua característica marcante), ele os reúne e os coloca em atividade na resolução da trama. Cabe destaque aqui à personagem Trillian, até então um pouco apagada. Neste livro, ela possui um papel importante, demonstrando inteligência e uma sutil superioridade intelectual aos personagens masculinos do livro.

Além do desafiador reencontro de personagens, temos também uma espetacular busca por certos objetos importantes na trama. Eles são improváveis ao extremo, o que se torna uma ridiculamente divertida caça ao tesouro que terá, como desfecho, a destruição (ou não) do Universo. Aqui temos, pela primeira vez, um inimigo realmente ameaçador, o que aumenta o sentimento de aventura e faz a história progredir satisfatoriamente.

Embora perdendo um pouco do impacto de sua natural estranheza e ofuscando levemente sua habitual estranheza, em virtude de uma narrativa mais coesa, A Vida, o Universo e Tudo o Mais resolve muito bem certas questões pendentes e tem um satisfatório senso de aventura e diversão, nos deixando ainda mais curiosos quanto aos dois volumes seguintes e à resolução final da série.


Nota: ✩✩✩✩

Nenhum comentário:

Postar um comentário