Os pontos
vão se fechando, os problemas se resolvendo. Personagens dispersos começam a se
reencontrar e a história se encaminha para um desfecho. Sim, senhoras e
senhores, a lunática história desenvolvida por Douglas Adams inicia sua
trajetória final neste terceiro livro da série, A Vida, o Universo e Tudo
Mais (Douglas Adams, 1982). Certamente, teremos um pouco de sentido dentro
desse universo de caos.
Na
pré-histórica Terra, Arthur Dent leva uma pacata vida vivendo em uma caverna.
Logo, porém – e isso não é nenhuma novidade – uma aleatoriedade de fatos o
reúne aos seus velhos amigos e o leva a novas aventuras pela Galáxia. Uma
dessas aventuras, claro, é salvar o Universo.
Volumes
anteriores da série:
A série O
Guia do Mochileiro das Galáxias é conhecida por sua bizarrice e pelo seu humor
ácido, eternizado em suas divertidas críticas à sociedade humana. Neste
terceiro volume, essas características são preservadas, ainda que o rumo mais
conexo da narrativa tire um pouco do impacto do humor nonsense do livro.
Desta vez, a narração aproxima-se mais de uma história “comum”, pois vários
pontos deixados em aberto são unidos e resolvidos (embora não todos).
A forma
como o autor consegue unir os diversos personagens dispersos (Arthur, Ford,
Zaphod, Trillian e Marvin) é fantástica. Foi muito gratificante vê-los juntos
novamente, e Douglas Adams realizou com maestria essa proeza: sem perder o
toque absurdo (sua característica marcante), ele os reúne e os coloca em
atividade na resolução da trama. Cabe destaque aqui à personagem Trillian, até
então um pouco apagada. Neste livro, ela possui um papel importante, demonstrando
inteligência e uma sutil superioridade intelectual aos personagens masculinos
do livro.
Além do
desafiador reencontro de personagens, temos também uma espetacular busca por
certos objetos importantes na trama. Eles são improváveis ao extremo, o que se
torna uma ridiculamente divertida caça ao tesouro que terá, como desfecho, a
destruição (ou não) do Universo. Aqui temos, pela primeira vez, um inimigo
realmente ameaçador, o que aumenta o sentimento de aventura e faz a história
progredir satisfatoriamente.
Embora
perdendo um pouco do impacto de sua natural estranheza e ofuscando levemente
sua habitual estranheza, em virtude de uma narrativa mais coesa, A Vida, o
Universo e Tudo o Mais resolve muito bem certas questões pendentes e tem um
satisfatório senso de aventura e diversão, nos deixando ainda mais curiosos
quanto aos dois volumes seguintes e à resolução final da série.
Nota: ✩✩✩✩
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