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31 de outubro de 2016

[CRÍTICA] O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur (Affonso Solano, 2015)

 

A história de Adapak e do fantástico mundo de Kurgala, apresentados ao público leitor no livro O Espadachim de Carvão (Affonso Solano, 2013), tem sua continuação neste O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur (Affonso Solano, 2015). O autor aqui nos apresenta novos conceitos, empolgantes aventuras e nos mostra que sua criatividade está longe do fim – embora muitos mistérios tenham sido deixados de lado...

Adapak e Sirara continuam sua jornada através do mar, em busca de respostas para perguntas ainda abertas. Ao investigar fatos relacionados à sua vida, porém, Adapak acaba por conhecer a história de Puzur, um ladrão dos tempos antigos que influenciou substancialmente a vida do espadachim.

Volume anterior da série:

Meu grande problema com este livro é que ele não é uma continuação do anterior, mas sim algo como um spin-off, focado no personagem Puzur – um ladrão especializado em relíquias que se tornou famoso após roubar as três espadas gêmeas que, séculos depois, acabariam nas mãos de Adapak. Muitas pontas ficam soltas no primeiro volume, há muito da mitologia a ser desenvolvido, porém a narrativa breca tudo isso e nos leva a acompanhar um Adapak que atravessa a quase totalidade da trama lendo livros e conhecendo histórias do passado. Embora ele possua um ponto alto no fim do livro, a ausência de suas clássicas batalhas envolvendo os Círculos Tibaul pesa bastante.

Outro ponto negativo é a lentidão das primeiras partes da narrativa. Pouca ação se desenvolve nos dois primeiros terços do livro, uma vez que o autor cede mais espaço à criação e explicação da mitologia envolvendo o personagem principal. Não, o protagonista aqui não é Adapak, mas sim o ladrão Puzur. Este, porém, é o grande ponto forte do livro: o personagem é extremamente bem desenvolvido, possui diversas camadas e uma história altamente convincente. Ele cativa o leitor desde o início, e nos pegamos torcendo constantemente para que ele tenha sucesso em sua empreitada, mesmo sendo bastante ambíguo e não revelando totalmente suas intenções.


Outro personagem que me agradou bastante foi Laudiara, uma garota que acompanha (contra sua própria vontade) a jornada de Puzur, e acaba assumindo um papel extremamente relevante na história. O seu crescimento é visível durante a narrativa, e a revelação de quem são seus irmãos é uma agradável surpresa. A propósito, o terço final da trama carrega um twist satisfatório e um final empolgante (e grandioso).

O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur é um livro inventivo, enigmático e que nos envolve no desenrolar de sua trama, principalmente no terço final. Embora possa frustrar um pouco ao não ser uma sequência das aventuras do volume anterior, ele compensa essa “decepção” com a criação de personagens carismáticos e envolventes e com a manutenção do estilo violento de seu antecessor. No final das contas, o segundo volume da série é um livro agradável e que merece uma notável recomendação.


Nota: ✩✩✩

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