Teste Teste Teste Teste

13 de julho de 2016

O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry, 1943)

Escrever um bom livro é algo que a maior parte dos autores não consegue fazer. Criar um clássico da literatura é uma tarefa para um número ainda mais restrito de escritores. São realmente poucos os que conseguem fazê-lo. O desafio supremo, porém, é um criar um clássico que seja ao mesmo tempo profundo e simples. Fazer valer a máxima do menos é mais. E aqui temos a obra que atinge a perfeição nesse aspecto: O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry, 1943).

O Príncipe é um menino que vive no asteroide B-612, cultivando uma rosa e revolvendo seus pequenos vulcões. Decidido a conhecer o universo, ele “pega carona” em um cometa, alcançando novos planetas. Assim, ele tem a oportunidade de aprender importantes lições sobre o amor, a amizade e sobre como, conforme crescemos, deixamos de enxergar o essencial para nos ocuparmos do supérfluo. O cativante príncipe, ao longo de sua jornada, acaba por nos levar a refletir profundamente sobre nós mesmos.


Quando fiz minha crítica sobre o livro O menino no espelho (Fernando Sabino, 1982), disse que aquele livro era uma de minhas paixões literárias da infância. O Pequeno Príncipe, por sua vez, é minha maior paixão literária, não só da infância, mas também de toda minha vida. Não é por acaso, portanto, que esse é o livro que mais vezes li, em épocas diferentes da minha vida (desde a infância até recentemente, já adulto). E, a cada vez que eu lia a obra, mais eu me apaixonava, e mais ela se revelava. Para cada fase da vida, o livro nos diz algo diferente, novo, e que nos marca de uma maneira única.

O Essencial é invisível aos olhos. Os personagens do livro são fantásticos: a rosa, a terna raposa, os estereótipos humanos, a serpente... todos eles nos falam de alguma forma. Seja no homem viciado em trabalho, no rei cujas vestes ocupam todo o seu reino, ou no homem ganancioso que quer mais e mais estrelas – apenas para poder comprar ainda mais estrelas – nós acabamos nos enxergando, de alguma forma. E é sob o olhar inocente do Príncipe – o principal personagem, e possivelmente um dos mais cativantes da literatura mundial – que fica claro para todos que os hábitos “adultos”, em geral, não fazem muito sentido.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. A narrativa da obra é fluída e simples, e se fantasia de infantil. Claro que o autor queria, assim, nos pegar desprevenidos – tão logo saboreamos algumas páginas do livro, fica claro de que Saint-Exupéry está falando para todos os públicos. Somos pegos de surpresa: o livro tira todos os disfarces e nos coloca frente a frente com a simplicidade do verdadeiro amor, às vezes perdido nas preocupações do dia-a-dia, e do qual tantas vezes tentamos fugir.

É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. O livro possui mensagens importantes em frases simples, e que hoje estão mais que popularizadas na nossa cultura. Como quando lemos que não podemos cativar alguém para depois abandoná-lo; que precisamos suportar as dificuldades momentâneas para alcançarmos a felicidade duradoura; e que aquilo que amamos se torna tão único e especial pelo tempo e pelo esforço que a ele dedicamos, mais que tudo. Não é possível terminar a leitura sem ser tocado por ela.

O Pequeno Príncipe é uma obra marcante, atemporal, cativante e, acima de tudo, eternamente bela. Quem quer que a leia (seja quem for, em qualquer fase de sua vida) ficará eternamente marcado por sua beleza. O Príncipe cativou a raposa, e também sua rosa. E comigo não foi diferente. Na verdade, ele nos cativou a todos. E é por esse motivo, e tantos outros, que considero O Pequeno Príncipe o melhor livro já escrito.


Nota: ✩✩✩✩✩

2 comentários:

  1. Sem dúvidas uma ótima resenha sobre o livro.
    O melhor de tudo é que em diferentes momentos da vida, nós nos deparamos com parágrafos que antes tinham passado batido. Li quando criança e passei a ler todos os anos e a cada ano eu descobria algo novo, essas surpresas existem até hoje e com certeza ainda vão aparecer ao longo da minha vida.

    O livro sem dúvidas é um ótimo conselheiro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado! Também considero o livro um ótimo conselheiro, e pretendo lê-lo muitas vezes ainda.

      Excluir